A fumaça preta – ou carbono pulverizado – é um péssimo sinal para frotas de veículos movidas a diesel e deve ser um item fiscalizado com atenção pelos gestores,
É preciso monitorar o índice com cuidado, pois além de sérios dados ao meio ambiente, a fumaça preta, como é popularmente conhecida, é proibida em todo território nacional e causa multas relativamente altas aos infratores.
Os órgãos de fiscalização ambiental estão sempre em campo, monitorando e multando os veículos. Por isso, é preciso se precaver.
No artigo de hoje, falamos um pouco mais sobre a fumaça preta, as suas causas, o que diz a legislação e porque o monitoramento deve estar no seu plano para uma frota mais ecológica.
Acompanhe!
O que é a fumaça preta?
A fumaça preta ocorre nos veículos a diesel, e a coloração escura indica que o combustível não está sendo completamente queimado.
O carbono pulverizado, é como o diesel fica quando está muito quente, mas não tem oxigênio suficiente para sua combustão. Ou seja, a fumaça preta é o que acontece quando não há ar suficiente para queimar o combustível.
Essa anomalia pode ser resultado de um carburador mal ajustado, ou ainda do bloqueio do filtro de ar.
Então, observe se ela só ocorre na partida do carro pela manhã – nesse caso, é provável que o afogador ou o sistema de admissão de combustível do seu sistema de injeção eletrônica de combustível precise de ajuste.
Por que a fumaça preta é tão nociva?
A fumaça preta é altamente poluente e contém substâncias nocivas à saúde e ao meio ambiente como um todo.
Como é composta basicamente por carbono, suas partículas causam irritação nos olhos e garganta, redução da resistência às infecções.
Além disso, provoca descoloração e corrosão de materiais e afeta os vegetais.
Os sintomas também podem ser sentidos no bolso: ela aumenta o consumo de combustível e, se não for corrigida, pode causar danos graves ao motor.
Legislação sobre a emissão de fumaça preta
A Portaria nº 100, de 14 de julho de 1980 é a primeira lei registrada que discorre sobre a emissão de fumaça preta. Ela foi publicada pelo extinto Ministério do Interior.
Apesar disso, a portaria ainda está em vigor. Confira o que diz o Artigo 1º:
A emissão de fumaça por veículos movidos a óleo diesel, em qualquer regime de trabalho, não poderá exceder ao padrão no 2 (dois), na Escala Ringelmann, quando testados em localidade situada até 500 (quinhentos) metros acima do nível do mar, e ao padrão no 3 (três), na mesma escala, para localidade situada acima daquela altitude.
O IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) também publicou uma portaria que obriga empresas de frota a seguirem um programa interno de autofiscalização da emissão de poluentes da frota de veículos movidos à diesel.
O processo de fiscalização cabe aos órgãos ambientais estaduais e o índice aceitável, no caso da fumaça preta, é de até 2 na Escala de Ringelmann.
Os valores das multas também podem variar de acordo com cada estado.
Em São Paulo, por exemplo, caso o motorista seja autuado pela primeira vez em 12 meses, a infração chega até R$ 1.656,60.
O combate é simples: manutenção constante.
Dessa forma, é possível identificar e prevenir os problemas mecânicos que podem gerar esse tipo de anomalia.
É possível combater a fumaça preta?
Fique atento também para os principais agentes causadores da fumaça preta em frotas de caminhões. São eles:
- Sincronização de injeção de combustível incorreta;
- Injetores de combustível sujos ou gastos;
- Abastecimento excessivo;
- Turbina demora para alcançar o ponto de eficiência, o que gera o turbo lag (atraso do turbo);
- Válvula de recirculação dos gases de escape (EGR) defeituosa ou suja;
- Folga de válvula incorreta;
- Razão de combustível para ar incorreta;
- Sistemas de purificador de ar sujos ou restritos;
- Sobrecarregamento do motor;
- Má qualidade do combustível;
- Acúmulo excessivo de carbono nos espaços de combustão e exaustão.
Como medir o índice de fumaça preta?
O monitoramento da fumaça preta pode ser realizado através de 2 formas: Opacímetro e Escala de Ringelmann.
Abaixo, confira como funciona cada uma delas:
Opacímetro
O opacímetro é um dispositivo eletrônico que avalia a densidade da fumaça por meio de um feixe de luz e uma sonda, que é inserida no tubo de escapamento do veículo.
Apesar disso, vale pontuar que cada equipamento possui recomendações específicas, por isso, para medir o índice da fumaça preta, é preciso se ater ao manual do dispositivo.
A escala de Ringelmann
A Escala de Ringelmann é o parâmetro estabelecido pelo IBAMA através da Portaria n°85/96 para o monitoramento da fumaça preta.
Ou seja, para avaliar se o nível de densidade da fumaça atende aos padrões de emissão estabelecidos pela legislação brasileira, você precisa recorrer à Escala de Ringelmman.
É um processo manual, em que uma lâmina de papel com 5 tonalidades de cinza é utilizada como parâmetro para a observação e registro do tom da fumaça que sai do escapamento do veículo movido à diesel.
Para a observação, é preciso acelerar o veículo em ponto morto e sem pressionar o pedal de embreagem, mantendo a aceleração por, pelo menos, 5 segundos.
O que as empresas de frota devem fazer em relação à fumaça preta?
Embora a legislação não discorra sobre a periodicidade da medição, a sugestão é que empresas de frota devem realizar o monitoramento mensal ou trimestralmente.
Caso você trabalhe com uma frota terceirizada, é recomendável exigir dos seus fornecedores uma postura transparente neste sentido, já que o contratante está indiretamente responsável pela conformidade das emissões de poluentes.
Então, lembre-se: é preciso estar em conformidade com a legislação ambiental e os níveis de fumaça preta devem ser monitorados continuamente na sua frota!
Fonte: https://www.sofit4.com.br/